Olá Mamães, tudo bem? É com imenso prazer que trazemos uma novidade para vocês do Mãe de Meninas. Hoje tem início aqui no blog a Coluna de Fonoaudióloga , que será escrita mensalmente pela querida mamãe e fonoaudióloga Mariana Sotelo Scarcelli, que é formada pela Universidade de São Paulo (USP) com especialização em Motricidade Oral pelo CEFAC-SP e aperfeiçoamento em Motricidade Oral pela Santa Casa de São Paulo. Possui clínica particular na região da Vila Mariana – São Paulo. Casada com Marcelo e mãe de Laura de 3 anos e João Pedro de 1 ano.
E para inaugurar a coluna de Fonoaudióloga, a Mariana escolheu um tema que nós mães temos muitas dúvidas: CHUPETA!
Chupeta não é esparadrapo
Hoje em dia, a chupeta é uma peça que faz parte da lista de enxoval de todo bebê. O mercado oferece dezenas de opções, o que faz com que as mamães coloquem esse item como indispensável, mas ao mesmo tempo, tornam a escolha difícil. As opiniões a respeito de seu uso são muitas, mas será a chupeta uma vilã ou mocinha?
Todo bebê precisa usar chupeta?
A chupeta deveria preferencialmente ser evitada, já que crianças que são amamentadas no peito, normalmente não precisam deste complemento.
Uma razão para o uso da chupeta seria evitar o hábito de sucção de dedo, por trazer danos mais severos ao desenvolvimento buco-facial e ser um hábito mais difícil de ser removido.
Para os bebês que mamam ao peito acredita-se que o próprio aleitamento deverá evitar o hábito do dedo e não a chupeta. Assim, nem todo o bebê precisa usar a chupeta.
A chupeta existe justamente para complementar esta necessidade de sucção, e se for usada, deverão ser respeitadas regras, para que não se instale um hábito.
O uso adequado (racional) da chupeta
Caso seja feito o uso da chupeta, é importante conhecer alguns aspectos que minimizem possíveis transtornos que ela possa trazer:
- Frequência – o uso deve ser mínimo, sendo indicado só em momentos de stress ou para adormecer, mas não frente a qualquer choro do bebê. Verifique as possíveis causas do desconforto (fome, frio, fralda suja, dor, apego a mãe) antes de colocar a chupeta na boca da crianç
- Duração – deve ser usada até o bebê se acalmar ou pegar no sono. Quando ele largar espontaneamente, não deve ser recolocada.
- Tempo (Idade) – retirar o hábito o mais cedo possível, assim que a criança mostrar desinteresse. Até os 2 anos, é considerado o prazo ideal para a retirada da chupeta, pois é quando ocorre o maior desenvolvimento na fala.
- Tipo – o melhor bico é o anatômico (ortodôntico), pois se adapta perfeitamente à cavidade oral. Deve-se mudar o tamanho de acordo com a idade. O melhor material é o silicone, pois deforma menos e é mais higiênico.
Ela não deve ser considerada um ‘’acessório” ao vestuário da criança ou um brinquedo e sim um instrumento para exercícios de sucção.
Quais as consequências do uso inadequado da chupeta?
O uso inadequado da chupeta, associado a carga genética, poderá trazer problemas bucais e de oclusão (mordida), alteração na fala e no padrão de deglutição (por interposição da língua) e alteração dos padrões respiratórios (respiração oral ou mista).
Como retirar o hábito do uso da chupeta?
Uma boa dica é furar a ponta da chupeta para que mude a sensação ao sugar. Tente delimitar o tempo de uso e o espaço físico, deixando claro para o bebê que a chupeta é só para “nanar” e que não deve sair do berço.
Não deixar várias chupetas à disposição da criança, pois facilita sua recolocação e pode estimular uso. A retirada do hábito, deve ser gradativo e bem explicado para a criança, sem ameaças nem punições.
A chupeta deve ser usada com estes cuidados, para que não vire um hábito, nem tenha seu uso desnecessário.
Mas devemos lembrar que o hábito de sucção, quando instalado, pode estar relacionado a fatores emocionais, tornando sua retirada delicada, devendo levar em conta o desenvolvimento da criança e seu ambiente psicoafetivo.
Mariana Sotelo Scarcelli (CRFa: 13.990 – SP)
Fonoaudióloga pela Universidade de São Paulo
Especialista em Motricidade Oral
R: Dr. Neto de Araújo, 320 – Conjunto 1309 – Vila Mariana
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